No DICAS DE GESTÃO da semana passada definiu-se partes interessadas, stakeholders, e abordou-se a identificação das partes interessadas na organização.
Na oportunidade prometemos que no próximo DG abordaríamos o desenvolvimento de estratégias para que a organização possa se relacionar de forma adequada com cada uma das partes interessadas com o auxílio da matriz de estratégias para as partes interessadas também chamada de matriz poder-interesse.
Para definir as estratégias para cada uma das partes interessadas e posteriormente poder desenhar a Matriz é fundamental avaliar o poder da parte interessada e o interesse da organização em cada uma das partes identificadas.
Esta ferramenta mapeia, portanto, a relação entre poder e interesse das/nas partes interessadas ao longo de um período. A análise pode ser qualitativa ou, se quisermos um pouco mais de precisão, quantitativa.
Numa abordagem mais simples pode-se classificar o poder de cada parte interessada de forma dicotômica em ALTO ou BAIXO. A mesma análise será realizada em relação ao interesse que a organização tem em cada uma das partes interessadas em particular. Aqui também ALTO ou BAIXO.
A partir dessa análise emergem quatro alternativas estratégicas possíveis: gerenciar de perto, manter satisfeita, manter informada ou monitorar como pode ser observado na Figura 1.
Caso o PODER da parte interessada e o INTERESSE da organização na parte sejam altos a estratégia deverá ser “gerenciar de perto”.
Caso o PODER da parte seja alto e o INTERESSE da organização na parte interessada seja baixo a estratégia adotada deverá ser “manter satisfeita”.
Caso o PODER da parte seja baixo, mas o INTERESSE da organização na parte seja alto a estratégia deverá ser “manter informada”.
Finalmente caso o PODER da parte interessada e o INTERESSE da organização na parte sejam ambos baixos a estratégia deverá ser “monitorar” a parte interessada.
Caberá em seguida elaborar planos de ação para detalhar as estratégias de gerenciar de perto, manter satisfeita, manter informada e monitorar cada uma das partes interessadas.
Diferentes partes interessadas podem demandar diferentes planos de ação.
Lembre-se a estratégia é o que fazer e o plano de ação o como fazer.
Simples!
Esta análise pode ser refinada se ao invés de apenas classificarmos o poder e o interesse em termos de alto-baixo utilizarmos uma escala, por exemplo de 5 pontos, para avaliar o grau de poder/interesse da/na parte.
De qualquer forma não se eliminará totalmente a subjetividade da análise na medida em que a classificação em uma escala de 5 pontos também envolverá a percepção/subjetividade dos avaliadores ao atribuir grau 1, 2, 3, … ao poder do stakeholder e ao interesse da organização nesse stakeholder em particular.