Com a transformação dos consumidores o grande desafio das marcas passa a ser envolver este público alcançado por inúmeros estímulos. Por esse motivo a atualização sobre as tendências do marketing é essencial para profissionais que buscam elevado impacto no mercado e diferenciação de produtos e serviços.
No livro Marketing 4.0 Moving from Traditional to Digital, recentemente publicado, Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan, recomendo fortemente a leitura, nos apresentam uma nova abordagem de marketing que propõe uma ampliação no enfoque do marketing centrado no ser humano, para contemplar cada aspecto do que eles chamam de a “jornada do cliente”.
Relembrando, o Marketing 1.0 é o marketing centrado no produto, o Marketing 2.0 é o marketing centrado na tecnologia da informação. O Marketing 3.0 é o marketing voltado para valores.
A ideia do Marketing 3.0, como vimos no DG “Marketing 3.0: a era do marketing baseado na colaboração”, foi concebida inicialmente na Ásia em 2005 por consultores da MarkPlus uma empresa que presta serviços de marketing no Sudeste Asiático.
Busca conquistar o consumidor pelas necessidades, mas também contemplando seus anseios – coração, mente e espírito. Aposta em uma relação de muitos consumidores para muitos provedores, ou seja, em uma ação de colaboração pautada por valores de respeito e humanidade.
O Marketing 3.0 é, portanto, baseado em três pilares: colaboração, cultura e espiritualidade. Está fundamentado nos vetores identidade, integridade e imagem da marca.
Já o Marketing 4.0 vem como um desdobramento do Marketing 3.0 e traz mudanças sobre a abordagem do consumidor. Nas palavras de Kotler, Kartajaya e Setiawan “o marketing deve se adaptar à natureza mutável dos caminhos do consumidor na economia digital”. O papel dos profissionais de marketing, nessa nova era, passa ser então o de orientar os clientes diante do desafio de assimilar uma marca até se tornarem seus defensores.
O desenvolvimento do Marketing 4.0 se dá a partir de um conjunto de 3 premissas fundamentais que podem ser observadas na Figura 1.
De vertical a horizontal
Com a globalização a competitividade das empresas é cada vez menos determinada por seu porte e país de origem. As vantagens competitivas conquistadas no passado se tornam efêmeras. A inovação que no passado ia das grandes companhias para o mercado de forma vertical,torna-se horizontal. A capacidade de inovar depende cada vez mais de fontes externas a empresa, de parceria e sobretudo de colaboração para a geração de ideias.
De exclusivo a inclusivo
A nova tendência mundial é a inclusão. Saímos de um mundo bipolar (EUA e URSS), para um mundo unipolar (EUA) e passamos rapidamente para um mundo multipolar (EUA, Russia, China e União Européia) com a hegemonia passando a ser exercida simultaneamente por diversas nações. As pessoas querem fazer parte de algo. A inclusão social ganha força no mundo todo. Hoje já se fala em “cidades inclusivas” que acolhem habitantes muito diversos.
De individual a social
Ao adquirir produtos e serviços os consumidores são cada vez mais motivados pela preferência individual e por um desejo cada vez maior de “conformidade social” que se generaliza. Antes de decidir levamemconta a família, os amigos, os fãs e seguidores.
Isso nos leva ao horizontal, inclusivo e social.
O mercado se torna mais inclusivo, as redes sociais permitem as pessoas se conectarem e se integrarem e os consumidores adotam uma orientação mais horizontal. Desconfiam das propagandas e preferem confiar em familiares, amigos,fãs e porque não seguidores.